Nascer livre para brilhar

A campanha "Nascer Livre para Brilhar" ou "Free to Shine" é uma iniciativa da União Africana, da Organização das Primeiras Damas Africanas para o Desenvolvimento e de parceiros para combater a transmissão do HIV de mãe para filho em África, com o objetivo de acabar com o HIV pediátrico até 2030. Este estudo de caso se concentra na implementação da campanha em Angola e seu impacto até o final de 2021.

Desafio:

Os desafios enfrentados pela campanha "Nascer Livre para Brilhar" em Angola incluíram a alta taxa de transmissão vertical, o acesso limitado a serviços de saúde, o estigma e a discriminação, falta de consciencialização, recursos limitados, barreiras culturais e sociais, mobilidade populacional, falta de profissionais de saúde capacitados e fornecimento consistente de medicamentos em áreas remotas

Contexto:

Angola tem uma prevalência relativamente baixa de HIV,estimada em 2%, em comparação com países vizinhos, como a Namíbia e a Zâmbia. No entanto, os desafios na cobertura dos serviços de saúde e no sistema de saúde em geral ainda são significativos. A transmissão vertical do HIV é um problema alarmante, com uma taxa estimada de 21%, e apenas 4% das mulheres grávidas com HIV receberam a terapia antirretroviral (TAR) no final de 2016.

Implementação da Campanha e Visibilidade:

A campanha foi implementada em Angola com foco na sensibilização e advocacy. O evento de lançamento ocorreu na província do Moxico em 2018 e foi presidido pela primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, no Dia Mundial da Luta contra o Sida, 1 de Dezembro. A campanha realizou um workshop de sensibilização para 300 pessoas em Luanda.

Impacto:

Até o final de 2021, a campanha "Nascer Livre para Brilhar" registrou um impacto significativo:

1. O tratamento de gestantes portadoras de HIV/AIDS aumentou em 75%. Isso significa que mais mulheres grávidas com HIV receberam tratamento para prevenir a transmissão vertical do vírus.

2. A taxa de transmissão vertical do HIV caiu 15% em comparação com os números de 2018, quando o programa foi lançado. Isso indica uma redução substancial na transmissão do vírus de mãe para filho.

3. A Organização das Primeiras Damas Africanas para o Desenvolvimento relatou que, em Angola e em toda a África, importantes ganhos foram obtidos na resposta ao HIV/AIDS para mulheres e crianças. Desde 2010,estima-se que 1,5 milhão de novas infecções por HIV entre crianças de 0 a 14anos foram evitadas.

 4. A proporção de mulheres grávidas vivendo com o HIV que receberam tratamento antirretroviral aumentou de 44% em 2010 para 84% em 2018.

5. Nove países africanos, incluindo Angola, alcançaram a meta de cobertura de 95% das mulheres grávidas com HIV em tratamento antirretroviral em 2018.

Conclusão:

A campanha "Nascer Livre para Brilhar" em Angola demonstrou um impacto positivo na redução da transmissão vertical do HIV e na melhoria do tratamento de gestantes portadoras do vírus. A parceria entre governos, organizações não governamentais e agências de saúde, bem como o apoio de líderes políticos e figuras públicas, desempenhou um papel fundamental no sucesso da campanha. A luta contra o HIV pediátrico continua, mas os resultados até o final de 2021 indicam um progresso significativo em direção ao objectivo de eliminar a transmissão vertical do vírus em Angola.