4/7/23
Artigo

Selo de Responsabilidade Social Feminina

As questões de género não podem ser sazonais. E na verdade, estão cada vez mais presentes na discussão política e no pacto social dos países que tentam eliminar assimetrias históricas. Na linha da frente, grupos de pressão criam instrumentos, fóruns e mecanismos para que as questões femininas não se circunscrevam a datas ou discussões de ocasião

As questões de género não podem ser sazonais. E na verdade, estão cada vez mais presentes na discussão política e no pacto social dos países que tentam eliminar assimetrias históricas. Na linha da frente, grupos de pressão criam instrumentos, fóruns e mecanismos para que as questões femininas não se circunscrevam a datas ou discussões de ocasião.

Um exemplo que nos pode servir de inspiração vem do outro lado do Atlântico, onde o ELA – Instituto de Educadoras do Brasil lançou a iniciativa “Selo de Responsabilidade Social Feminina”. O distintivo incentiva escolas, universidades e empresas a desenvolver “projectos e acções que favoreçam as mulheres em situação de vulnerabilidade social, profissional e emocional” e exorta “as lideranças sensibilizadas com este propósito” a “viabilizar acções efectivas que contribuam para uma sociedade mais justa e igualitária”, lê-se no site da ELA.

A nível académico, o Selo de Responsabilidade Social Feminina distingue instituições que “buscam viabilizar aos seus estudantes acções de solidariedade junto às comunidades e à sociedade em geral, de acordo com as especificidades de seus currículos.”

Já a nível corporativo, o selo é atribuído a “empresas que desejam proporcionar aos seus colaboradores, em especial às mulheres, condições mais igualitárias e oportunidades de acções voluntárias para todos”. Entre as condições requeridas para atribuição da distinção, está a integração de, pelo menos, 35% pessoal feminino nos quadros, igualdade de oportunidades, salários iguais para homens e mulheres que ocupem o mesmo cargo ou o apoio às mulheres grávidas com jornadas de trabalho mais flexíveis. As empresas devem também realizar iniciativas solidárias direccionadas às meninas, mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade, organizar palestras sobre direitos da mulher, violência doméstica, auto-estima, liderança, prevenção de saúde da mulher e fortalecimento socio-emocional.